L’Air du Temps, Nina Ricci

19 nov
O frasquinho já virou lenda

O frasquinho já virou lenda

Hoje o post é especial, porque é dia de classicão! Dessa vez, vamos com a estrela da grife Nina Ricci: L’Air Du Temps, um grande sucesso, lançado em 1948.

Esse perfume marcou minha infância por ser, frequentemente, o cheiro da minha mãe. Acho válido frisar que ela sempre foi cheirosa haha. Mas, justamente porque esse cheirinho já “tinha dona”, eu demorei bastante para experimentar. Só que, ao dar de cara com um vidro novinho no armário dela, não resisti. E minhas impressões foram as seguintes:

* O perfume é marcante. Não é doce, mas é intenso. Ele começa parecido com um talco bem cheiroso, no estilo daqueles produtos de toucador com pompom.

* Apesar das notais florais serem super perceptíveis, o que mais me chamou a atenção foi um cheiro bastante sintético. Vale lembrar que, desde o lançamento do arrasador Chanel nº5, em 1922, aldeídos se tornaram o que havia de mais elegante em um perfume.

* A composição é super complexa, e fica difícil perceber notas únicas. Eu identifiquei bem os aromas de cravo (a flor, não o tempero) e jasmim, mas diversos cheirinhos “passaram batido”.

Esse frasco é o que marcou minha infância

Esse é o frasco que marcou minha infância

Saída: cravo (a flor), madeiras, bergamota, aldeídos, flor de laranjeira, rosa e pêssego.

Coração: alecrim, violeta, gardênia, orquídea, jasmim, cravo (o tempero), ylang-ylang e raiz de lírio.

Fundo: íris, especiarias, sândalo, musk, benjoim, musgo, vetiver e cedro.

Com cerca de duas horas de uso, o perfume perde um pouco o traço sintético, e evolui para um floral intenso. Após 4 horas, ele começa a ficar com traços de chá (acredito que seja o alecrim), mas as notas florais ainda estão lá. Esse cheirinho vai até o fim, com um aroma de íris aparecendo forte no fundo.

Minha propaganda favorita ainda é essa, da década de 60

Minha propaganda favorita ainda é essa, da década de 60

A fixação dessa fragrância é absurda. Apesar de ser marcado como eau de toilette, o L’Air du Temps segurou mais de 9 horas na pele, ainda super perceptível. Outro “bônus” é o frasco: a tampa com duas pombas  já virou ícone no mundo da perfumaria. Aliás, acho essa mensagem de paz linda; vale lembrar que o perfume foi lançado três anos depois do fim da Segunda Guerra Mundial. A embalagem da fragrância é a esperança de algo novo.

Ainda com a parte histórica desse perfume: quem desenvolveu a fragrância foi o perfumista Francis Fabron, um guru dentro da Nina Ricci. As releituras da fragrância feitas em 2008, 2009 e 2010 foram todas assinadas por ele. Por falar em versões, a marca já lançou 10, além de diversos frascos para o cheirinho original. Eles fazem um mega sucesso entre os colecionadores – um frasco raro em cristal Lalique, por exemplo, pode chegar a quase 1500 dólares.

As diversas "carinhas" do L'Air du Temps

As diversas “carinhas” do L’Air du Temps

Mas não se desespere! O frasquinho atual é bem mais acessível: a partir de 160 reais (30 ml).

 

 

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