Oioioi! Seguinte, hoje eu vim fazer mais um post na linha “mas que trem é esse?”. Eu já expliquei o que é musk, e agora vou esclarecer um pouquinho sobre os perfumes chipre (ou chypre; o termo americano também é usado por aqui).
Primeiro vamos ao mais importante: ao contrário do musk, “chipre” não é uma nota, mas uma família olfativa. Ou seja, é um tipo de cheiro, como floral ou frutal.
O que caracteriza essa família não é um aroma único, mas uma combinação: a saída é sempre cítrica, e o coração, floral. Já o fundo deve mesclar resina, madeira e musgo.
Há quem diga que o cítrico precise ser bergamota, e a resina, labdanum. Não é verdade. Essa ideia, meio romantizada, vem do fato de que esses dois ingredientes são encontrados, veja só, em Chipre. Na realidade, as grifes trocam com frequência o labdanum por âmbar, e as notas cítricas variam bastante. Ainda assim, os perfumes são rotulados como chipre.
Muita gente (inclusive a Wikipedia rs) credita o surgimento dos perfumes chipre ao Chypre, da Coty (1917). Outro erro comum. Antes dessa data, a Guerlain já tinha criado Chypre e Chypre de Paris. Tem até como provar: a colecionadora de frascos antigos Victoria Frolova (uma sumidade em perfumes) tem uma garrafinha de Chypre de Guerlain, comprovadamente mais antiga. O que acontece é o seguinte: a Coty foi a primeira a determinar que a combinação de notas que formam o chipre seriam uma família olfativa.
Confusões à parte, acho que agora a coisa ficou mais fácil, né?
Chipre = cítrico no começo + flor no meio + (resina+ madeira + musgo) no fim.
Qual o seu chipre favorito?
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